Carboidrato: mocinho ou vilão?

Umas das formas mais rápidas de perder peso é cortando o carboidrato. Isso é fato.

O carboidrato ao ser ingerido, se transforma em glicose e tem uma importante função no organismo que é nos fornecer energia. O carboidrato ainda regula o metabolismo protéico, impedindo que o organismo utilize nossa proteína, para a produção de energia. Assim, a proteína fica disponível para exercer sua principal função que é a construção dos tecidos. A ausência de glicose no sangue, cuja origem é o carboidrato, pode causar danos irreversíveis no funcionamento do cérebro. Então, porque ouvimos tanto que o carboidrato é o vilão da história da nossa vida? Ops! Da nossa dieta?

Quando comemos alimentos ricos em carboidratos, os níveis de açúcar no sangue aumentam e o pâncreas começa a secretar insulina. A insulina equilibra a quantidade de açúcar no sangue e exerce essa função com eficiência. Ela ajuda a extrair a glicose do sangue para ser armazenada no fígado e nos músculos em forma de glicogênio.
O problema então é o excesso, esse sim é o verdadeiro vilão. A insulina em altos níveis leva ao aumento da glicose que passa a ser armazenada em forma de gordura, pois o corpo tem um limite para o armazenamento de glicogênio. Este por sua vez, vira glicose de novo de acordo com a necessidade do organismo. Em resumo: grande quantidade de carboidrato, gera grande quantidade de glicose e insulina que levam à formação de maiores depósitos de gordura.
E como evitar entrar nesse ciclo indesejado? Se exercitar mais e controlar a quantidade de alimentos que possam produzir grandes picos de glicose no sangue.

Cortar carboidratos pode sim gerar uma perda rápida de peso, mas o grande risco de seguir por esse caminho é cair em outra cilada: a compulsão. Comer o que se gosta é tão importante quanto suprir as necessidades de nutrição do organismo. Quando você passa um longo período sem comer os alimentos que mais gosta, existe uma grande chance de acabar perdendo o controle e cometer um exagero. Geralmente esse exagero vem acompanhado de culpa gerando um relacionamento confuso com a comida. O ato de comer tem que ser algo saudável e prazeroso e não algo pra se fazer escondido por que é proibido!

Os carboidratos são divididos em simples e complexos.

Os carboidratos simples têm alto índice glicêmico, ou seja, são digeridos rapidamente e geram picos de glicemia e insulina no organismo. Eles fornecem energia imediata ao corpo, mas de duração curta. Exemplo de alimentos desse tipo: mel, açúcar, pão branco, macarrão, balas, chocolate, arroz branco, batata inglesa.
Os carboidratos complexos têm baixo índice glicêmico e estão presentes em alimentos ricos em outros nutrientes e fibras. Eles são digeridos mais lentamente e produzem liberação de energia de forma mais lenta e duradoura, gerando maior saciedade em relação aos carboidratos simples. Os carboidratos complexos estão presentes em alimentos integrais como pão, arroz, macarrão e também nos vegetais como batata doce, milho, mandioca, sementes e cereais.

Portanto o carboidrato por si só, não é vilão. Temos que observar a forma como o consumimos.

O carboidrato deve ser consumido principalmente na sua forma complexa e de forma equilibrada juntamente com os outros nutrientes que são de suma importância para nosso organismo. Destaque para a proteína e as fibras, que, consumidas junto com o carboidrato, ajudam a reduzir o seu índice glicêmico. A nossa famosa mistura brasileira “arroz com feijão” é um bom exemplo, pois a associação deles fornece uma proteína de alta qualidade. Portanto busque comer da forma mais natural possível, tente manter o equilíbrio de qualidade e quantidade e evite as dietas radicais para não entrar no modo “neura do low carb” – aquelas pessoas que não podem nem chegar perto de um pãozinho pra não engordar.

(Por Equipe Espaço Volpi)

Dr Thiago Volpi
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